domingo, 23 de maio de 2010




Esse pra todos saberem é o "Cabeça"...um dia desses ele era só um pentelho chato. HOje é isso tudo que nós podemos ver. Foi a fera, do musical "a bela e a fera". Encantadoramente ótimo cantor. Amo você meu irmão!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cotidianamente...


O ser humano tem pulsões que o levam a buscar o desgaste, o mal-estar, o medo, o sofrer. Temos que sentir o desprazer sempre? Muitas vezes em que estava em um momento de vida em que tudo estava em harmonia fiquei me questionando se algo não estava errado e que estava muito bom pra ser verdade. Assim, quando acontecia algo que me aborrecia eu mesmo me dizia: “não falei, algo estava errado, era muita felicidade. Uma hora algo iria acontecer”. È lógico que nem sempre tais pensamentos vêm de forma assim tão consciente. Muitas vezes nos colocamos em ciladas que à primeira vista nos pareciam ser a melhor opção. Somente à primeira vista. Na verdade aquilo sempre foi uma emboscada sua contra si e você aparentemente nem havia percebido. Quando se dá conta já está ali como vítima. E o algoz é sempre alguém e nunca você mesmo. Mas na verdade acho que nós mesmos somos nossos carrascos. Colocamos-nos em risco e quando nos damos conta já estamos cercados por uma situação que não é saudável, que traz sofrimento ou que estava já destinada a dar errado desde o início. Será que nós nos odiamos? Claro que não! Somente temos dentro de nós um pequeno monstro que precisa ser alimentado com testes à nossa felicidade. Temos que testar nossos limites, verificar o que nós gostamos ou não, passar na pele pelo sofrimento em várias instâncias e levar ele lá dentro de nós como uma instância construtiva. O sofrimento que o nosso monstro inconsciente nos conduz a vivenciar não deve nos servir para nos tornarmos pessoas duras, inflexíveis e fechadas a novas experiências.

Olhos mareados


Apoiar, verbo que se conjuga bem em alguns sentidos. O mais humanos deles vêm trazendo a idéia de sustentar, favorecer, firmar. Fazemos isso ao longo da vida e muitos fazem por nós o mesmo. Uns mais que outros, isso é bem verdade, mas, cultivamos a sensação de que uma hora ou outra iremos ser benéficos a alguém e vice-versa. È ótima a sensação de “eu sou uma utilidade humana”. Ser gente é isso. Ser gente é se afetar com outra gente e tornar a dor do outro uma fonte de acesso a um auxílio gratuito. Levar o peso do outro nas costas? Não! Isso seria discordância com o Ser Supremo que já nos deu nosso devido peso para carregar. O peso do outro sempre tem outro formato e duração que o nosso, não nos cabendo então a levar. O que acontece então? Simples! Pense nas corridas de rua. Lá nós assistimos pessoas incentivando, carro de apoio entregando água ou qualquer que seja o suplemento que o atleta precise no momento. Eles pegam os tênis e deixam o atleta descansar enquanto eles pisam pé a pé aquela trajetória? Negativo. O papel que temos na vida das pessoas é esse: o de ser incentivador, ajudar a mover, motivar, estimular. Precisamos do outro pra viver bem. È movido por estar em contato com o outro em sua vida que você se baseia pra tomar atitudes, pra ser uma criatura humana apreciável. O ponto de partida e chegada será sempre a fome de aceitação e amor de algum alguém.
Quando esse alguém precisa da gente, nem sempre pede ou nem sempre sabe exatamente que está precisando. Cabe a nós, que parcialmente estamos de fora da situação problemática, perceber, se compadecer com aquela dor e, sem sofrer no lugar, oferecer o apoio. E o apoio não deve ser de acordo com o que você acha que é o correto, e sim deve vir na medida em que o outro precisa e demonstra necessitar. Se apoiar é ficar distante ou em silêncio, que seja. Se o apoio é um simples abraço e um cineminha pra descontrair, diga amém.
Não vamos ouvir da boca das pessoas um “por favor, me ajuda?”. Ele vem através de gestos simples. Um olhar, um silêncio ou olhos mareados com lágrima. Estejamos atentos aos sinais ocultos no silêncio das dores humanas que assim será sempre feita alguma caridade, algum auxílio, qualquer apoio.
Permanecer ao lado, nunca atrás ou a frente de quem se ama é o desafio. Ao lado você pode se segurar, amparar, abraçar, olhar de igual para igual. Solidariedade e amizade se provam andando ao lado. È ver que o outro está ali, ama você da forma como você é e que, mesmo com mil defeitos você ainda assim irá admirá-lo e, ainda mais, amá-lo cada vez mais.
Amar, como certa vez ouvi, não é “por causa de” e sim, “apesar de”. Amo a fulano “apesar de” ele ser arrogante e prepotente. Amo beltrano “apesar de” ele nem ao menos me amar da maneira com que eu gostaria que fosse. Amar antecede ação e reflexão. Com um olhar amoroso, o campo de visão se torna cada vez mais abrangente ao ponto de que se colocar no lugar de alguém se torna não mais um exercício impossível, e sim algo natural. Através de meus olhos vejo um mundo e outros mundos se dão olhando na mesma direção que a minha. Tudo está no olhar. Olhar na acepção não só de nossa capacidade visual e sim naquela dos poetas, olhar transcendente, sinuoso, límpido. Enxergar e não só ver. Tomar conhecimento e não somente saber. Temos que ser assim com as pessoas. Só com quem amamos? Não, obviamente. Amar que nos ama é tão mais fácil que tomar sorvete em dias de sol. Amar quem nem sequer sabe o significado desta palavra, amar quem não recebeu amor, amar quem não gosta da gente é que é o embate maior.
Que tal exercitar o apoio iniciando com o oferecimento? Caso a resposta seja negativa, saiba entender se há mesmo veracidade nas palavras. Lembre sempre dos sinais. Às vezes um não quer dizer sim. Às vezes um sinal de negativa com a cabeça quer dizer, “por favor, me dê uma mãozinha aqui”. Quem oferece já tem que estar com a faca e o queijo na mão aguardando saber qual o tamanho da fatia e quantas delas serão. Todos nós temos limites até em doar? Sim, claro. Mas, no momento da doação não pense em limites, pense no outro. A hora que você não der conta, ele estará ali para fazer o mesmo por você. Você consideraria interesse? Não, é simplesmente dessa forma porque a troca amorosa entre pessoas é que nos ensina a amar e cada vez mais ofertar.