quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cotidianamente...


O ser humano tem pulsões que o levam a buscar o desgaste, o mal-estar, o medo, o sofrer. Temos que sentir o desprazer sempre? Muitas vezes em que estava em um momento de vida em que tudo estava em harmonia fiquei me questionando se algo não estava errado e que estava muito bom pra ser verdade. Assim, quando acontecia algo que me aborrecia eu mesmo me dizia: “não falei, algo estava errado, era muita felicidade. Uma hora algo iria acontecer”. È lógico que nem sempre tais pensamentos vêm de forma assim tão consciente. Muitas vezes nos colocamos em ciladas que à primeira vista nos pareciam ser a melhor opção. Somente à primeira vista. Na verdade aquilo sempre foi uma emboscada sua contra si e você aparentemente nem havia percebido. Quando se dá conta já está ali como vítima. E o algoz é sempre alguém e nunca você mesmo. Mas na verdade acho que nós mesmos somos nossos carrascos. Colocamos-nos em risco e quando nos damos conta já estamos cercados por uma situação que não é saudável, que traz sofrimento ou que estava já destinada a dar errado desde o início. Será que nós nos odiamos? Claro que não! Somente temos dentro de nós um pequeno monstro que precisa ser alimentado com testes à nossa felicidade. Temos que testar nossos limites, verificar o que nós gostamos ou não, passar na pele pelo sofrimento em várias instâncias e levar ele lá dentro de nós como uma instância construtiva. O sofrimento que o nosso monstro inconsciente nos conduz a vivenciar não deve nos servir para nos tornarmos pessoas duras, inflexíveis e fechadas a novas experiências.

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